João de Pina Cabral
João de Pina Cabral | |
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Nascimento | 1954 (70 anos) Porto |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | antropólogo, pesquisador |
João Paulo dos Santos Pina Cabral (Porto, 1954) é um antropólogo português.
Percurso académico
[editar | editar código-fonte]Nascido no Porto, João Pina Cabral viveu em Moçambique, onde o seu pai era missionário, e estudou na África do Sul (Ba with Honours na Universidade de Witwatersrand, Joanesburgo), tendo obtido o grau de doutor na Universidade de Oxford, em 1984, sob a supervisão de John Campbell e Rodney Needham[1], e o título académico de habilitação[2] na Universidade de Lisboa, em 2001[3] Actualmente (2017) é professor de antropologia social na universidade de Kent.
Percurso profissional
[editar | editar código-fonte]Pina Cabral foi professor do actual ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, e um dos fundadores do seu Departamento de Antropologia, em 1982[4][5], sendo actualmente (2011) investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e membro do seu conselho científico.
Obra
[editar | editar código-fonte]A sua obra como antropólogo percorre locais (Europa, África, Ásia e, mais recentemente, América Latina) e temas de investigação diversos. Os seus trabalhos têm incidido, entre outros temas, sobre as sociedades rurais, especialmente os camponeses do Alto Minho[6], a dinâmica das identidades em Macau[7] e em Moçambique e, mais recentemente, a relação entre a pessoa e os nomes na Bahia[5][8].
Associações e sociedades científicas
[editar | editar código-fonte]- Associação Portuguesa de Antropologia: fundador e primeiro presidente.
- Associação Europeia de Antropólogos Sociais: fundador, secretário (1995-1997) e presidente (2003-2005)[9][10]
- Academia das Ciências de Lisboa: membro correspondente da 7.ª secção (Ciências Sociais e Políticas)[11]
- Real Academia de Ciências Morales y Políticas de Madrid: membro correspondente[12]
Algumas obras publicadas
[editar | editar código-fonte]- 'Sons of Adam, daughters of Eve: the peasant worldview of the Alto Minho (em inglês). Oxford: Clarendon Press. 1986
- Tradução portuguesa: Filhos de Adão, filhas de Eva: a visão do mundo camponesa do Alto Minho. Lisboa: D. Quixote. 1989
- Os contextos da antropologia. Lisboa: Difel. 1991
- Aromas de urze e de lama: viagem de um antropólogo ao Alto Minho. Lisboa: Fragmentos. 1992[13]
- Between China and Europe: person, culture and emotion in Macao (em inglês). Londres; Nova Iorque: Continuum. 2002
- O homem na família: cinco ensaios de antropologia. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais. 2003
- «Mães, pais e nomes no baixo sul (Bahia, Brasil)», em CABRAL, João de Pina Cabral; VIEGAS, Susana de Matos Viegas (orgs.), Simpósio Internacional Nomes: Género, Etnicidade e Família, Lisboa, 2006, Coimbra: Almedina, 2007, pp. 63–88
Alguns artigos publicados na revista Análise Social e disponíveis online
[editar | editar código-fonte]- «Língua e hegemonia nas Ciências Sociais», in Análise Social, vol. XLII (1.º), 2007 (n.º 182), pp. 233–237
- «A difusão do limiar: margens, hegemonias e contradições», in Análise Social, vol. XXXIV (Primavera), 2000 (n.º 153), pp. 865–892
- «O modelo de licenciatura no ensino superior», in Análise Social, vol. XXXIV (Inverno), 2000 (n.º 151-152), pp. 695–702
- «A antropologia e a questão disciplinar», in Análise Social, vol. XXXIII (5.º), 1998 (n.º 149), pp. 1081–1092
- «Redes informáticas: espaços, tempos, hegemonias», in Análise Social, vol. XXXIII (4.º), 1998 (n.º 148), pp. 861–870
- «A lei e a paternidade: as leis de filiação portuguesas vistas à luz da antropologia social», in Análise Social, vol. XXVIII (4.º-5.º), 1993 (n.º 123-124), pp. 975–997
- «Novos valores e formas de vida no Macau dos anos 90», in Análise Social, vol. XXVIII (2.º), 1993 (n.º 121), pp. 409–416
- «O sagrado e o drama», in Análise Social, vol. XXVI (2.º), 1991 (n.º 111), pp. 431–439
- «A casa do Noroeste: introdução e comentários a um encontro pluridisciplinar».Com Rui Graça Feijó, João Arriscado Nunes, Margarida Coelho, Ana Maria Gonçalves, in Análise Social, vol. XXIII (1.º), 1987 (n.º 95), pp. 151–163
- «Comentários críticos sobre a casa e a família no Alto Minho rural», in Análise Social, vol. XX (2.º-3.º), 1984 (n.º 81-82), pp. 263–284
- «As mulheres, a maternidade e a posse da terra no Alto Minho», in Análise Social, vol. XX (1.º), 1984 (n.º 80), pp. 97–112
- «Notas críticas sobre a observação participante no contexto da etnografia portuguesa», in Análise Social, vol. XIX (2.º), 1983 (n.º 76), pp. 327–339
Notas
- ↑ Com uma tese intitulada A peasant worldview in its context: cultural uniformity and differentiation in northwestern Portugal e Brancaflor: a structuralist analysis of a portuguese folktale. Cf. ficha[ligação inativa] na base de dados de doutoramentos do Ministério da Educação e Ciência.
- ↑ Título correspondente ao título de agregado, nos termos do artigo 15.º do Decreto Lei n.º 239/2007, de 19 de Junho.
- ↑ Para os dados biográficos gerais cf. especialmente a ficha no site do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e a entrevista feita pelo Centro de Pesquisa e de Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas.
- ↑ Departamento de Antropologia do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.
- ↑ a b Entrevista de João Pina Cabral à Mana, vol.15 n.º 1, Rio de Janeiro, Abril de 2009.
- ↑ Cf., por exemplo, CABRAL, Pina. 1986 e 1992.
- ↑ Cf., por exemplo, CABRAL, Pina. 2002.
- ↑ Cf., também, o texto da Aula Inaugural] do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UNICAMP (Universidade de Campinas), São Paulo Brasil em Abril 2005, intitulado O limiar dos afectos: algumas considerações sobre nomeação e a constituição social de pessoas, em www.ceao.ufba.br/fabrica/txts/cabral/limiar.doc.
- ↑ European Association of Social Anthropologists. Cf. página Arquivado em 2 de maio de 2010, no Wayback Machine.
- ↑ Cf. página Arquivado em 22 de janeiro de 2012, no Wayback Machine. da European Association of Social Anthropologists.
- ↑ Site da Academia das Ciências de Lisboa
- ↑ Cf. página Arquivado em 24 de dezembro de 2009, no Wayback Machine. da Real Academia.
- ↑ Sobre esta obra ver artigo no jornal online de ciência, tecnologia e empreendedorismo Ciência Hoje e artigo no site online do jornal Pravda.
Ligações externas
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